quinta-feira, 25 de abril de 2013
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Vida que se revela
Não dá para dizer que você se ama,
se nem ao espelho você confessa essa amor.
Não dá para dizer que você se respeita,
se até os gatos não ligam para o que você diz.
Não dá para dizer que você é feliz,
se você só fala de coisas negativas.
Nem dá para os anjos se aproximarem com algo bom,
se você só reclama da vida.
Não dá para viver um grande amor,
se você se sente tão pequeno.
Faça o seguinte:
suba no prédio mais alto da sua cidade,
ou da sua rua.
Lá de cima observe as pessoas andando,
elas estão do mesmo tamanho dos seus problemas.
Visto do alto, tudo é pequeno,
tudo é tão bobo.
Viva a vida que pede para você valorizar
o que você tem de melhor.
A vida adora recompensar os que se respeitam,
se amam e seguem viagem.
Por isso pergunta todos os dias:
onde é que você quer chegar hoje?
Pense, reflita e siga o seu projeto de felicidade.
Sem se importar com a condição atual,
tempo ou idade.
Paulo Roberto Gaefke
Vida que se revela
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Amém
Hoje acabou-se-me a palavra,
e nenhuma lágrima vem.
Ai, se a vida se me acabara
também.
A profusão do mundo, imensa,
tem tudo, tudo - e nada tem.
Onde repousar a cabeça?
No além?
Fala-se com os homens, com os santos,
consigo, com Deus...
E ninguém
entende o que está contando
e a quem...
Mas terra e sol, luas e estrelas
giram de tal maneira bem
que
a alma desanima de queixas.
Amém.
Cecília Meireles
Amém
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Mistério - Florbela Espanca
Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.
Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.
Pelo meu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas…
Talvez um dia entenda o teu mistério…
Quando, inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!
Mistério - Florbela Espanca
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