Será que queremos mesmo resolver nossos problemas

Será que queremos mesmo resolver nossos problemas
 Existe um grande problema...  alguém apresenta uma solução pequena,  que não resolve o problema...  e passamos a discutir,  dando atenção só a essa solução  e nos esquecendo do problema.  Quantas vezes queremos mesmo resolver  as coisas ou só fazer de conta  que estamos tentando...  isso em um nível global que é o reflexo  da vida de cada um de nós.  O que nos move a realmente fazer as coisas  é a nossa motivação...  Aprendi com um grande mestre,  a sempre antes de fazer qualquer coisa,  parar um pouco... respirar,  entrando em contato com o coração e,  com muita sinceridade,  fazer e responder a essa pergunta:  Qual é minha motivação para fazer isso?   Se formos sinceros nas respostas  vamos nos surpreender como muitas vezes  a nossa motivação nem sempre é aquela  que nossa ação parece mostrar...  e passamos muito tempo fazendo de conta  que queremos resolver os nosso problemas,  quando, de fato, só queremos adiar,  enrolando daqui e dali com os muitos subterfúgios  da nossa mente altamente criativa,  que faz com que enganemos até a nós mesmos...  buscando soluções que, na verdade,  não querem resolver...  porque nossa motivação real  não é resolver o problema...  nossa motivação muitas vezes  é fazer de conta que estamos resolvendo...  e com isso acabamos criando  mais e mais problemas...  Por que o caminho para a solução  sempre parece tão comprido e tortuoso  quando poderia ser tão mais simples e direto?  Muitas vezes, a solução  já está em nossas mãos  e vamos buscá-la onde ela  não pode ser encontrada...  Aprendemos a dar mais valor  à imagem que estamos passando  do que ao que realmente importa  que é nosso compromisso de sermos verdadeiros  com a gente mesmo...  Se não estamos satisfeitos com o cenário  que a nossa realidade apresenta,  só podemos melhorar isso,  melhorando as nossas ações  naquilo que mais nos incomoda  naquele cenário...   Hoje me percebi incomodada  com o fato das soluções propostas  para os problemas apresentados,  com tanta clareza,  passam por muitos caminhos tortuosos  que fazem pensar que as pessoas  não querem resolver os problemas, mas,  fazer de conta que querem.   Se estou com fome  e alguém me oferece um vale-refeição  para um restaurante que ainda  está em projeto para ser construído...  e que, se tudo correr bem  e for aprovado  depois de ser submetido a muitas opiniões,  esse vale-refeição vai matar minha fome  daqui a não sei quanto tempo,  isso se realmente o restaurante for construído...  Se eu acreditar que essa pessoa  está realmente querendo resolver  o problema da minha fome  hoje me oferecendo esse vale-refeição...  eu vou estar enganando a mim mesma...  essa pode ser uma solução a longo prazo mas...  até lá, se não tiver outra solução,  eu já vou ter morrido de fome.   Como sei que,  sempre sou responsável  pela realidade que vivo nela,  fui buscar dentro de mim  o que tanto me incomodava fora...  e nem precisei buscar muito  para encontrar alguns pontos  onde estou fazendo de conta  que estou resolvendo um problema,  quando, na verdade,  estou tentando tirar minha atenção  daquele problema  ou adiando uma solução  porque não tenho ainda força e coragem  para encarar de frente e fazer  o que realmente resolve  de forma simples e direta...   Constatar isso foi muito liberador...  entender a minha motivação,  para ainda não estar resolvendo  algumas coisas na minha vida,  já foi o primeiro passo para resolver...  e comecei a trabalhar comigo  com as ferramentas que tenho,  o que muita coragem de olhar de frente  e realmente solucionar algumas coisas  que vinha empurrando com a barriga  há não sei quanto tempo...   Não adianta julgar e condenar o outro,  se sei que se isso me incomoda tanto,  é porque também estou agindo assim  em algum ponto e...  se eu mudo isso em mim,  com certeza, o cenário ao meu redor  vai mudar e não vou mais  me sentir incomodada  com o que o outro está ou não está fazendo...  E essa frase do Gandhi...  "Seja você a mudança que quer ver no mundo"  nunca me pareceu tão verdadeira... 
 Rubia A. Dantés